quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Cada vez mais próximo do fim. Agora os acabamentos de tapeçaria.

Embora devagar a montagem continua, agora entrando na fase dos acabamentos, já que praticamente toda a mecânica funciona, com muito poucos problemas, como ajuste fino da injeção agora que estou morando ao nível do mar e o ajuste automático se mostrou não muito eficaz e um vazamento no cárter, algo não muito incomum nas juntas tradicionais pelo que pesquisei.
Embora o painel eletronico esteja quase pronto, ainda não finalizei e instalei pois gastei um bom tempo no estofamento, que era um pouco mais urgente, principalmente agora que estou participando com ela das exposições dos "Antigos do Farol" de Aracaju.

 Falta pintar o fundo e acertar os espaçadores para posicionar corretamente o dispositivo dentro da carcaça original

Só carros top nos "Antigos do Farol"

O banco estava bem detonado por corrosão, provavelmente em algum momento chovia dentro do carro, principalmente do lado do motorista e acumulava água no estofamento. Para isolar a espuma das molas, que poderiam danifica-la, era usada palha.

 Assento lixado, fosfatizado e pintado, como deve ser.

 No lugar da palha optei por empregar uma tela de cizal. Como a parte de baixo do banco é aberta, a palha podia ficar caindo e fazendo sujeira. Como a espuma é de densidade alta, acredito que o cizal será mais que o suficiente.

 Costurei uma borda de cada lado do cizal e passei um arame grosso por dentro para ficar mais firme a fixação. Aqui já está fixo em um dos lados.

 Achei que os gomos já ficariam bons somente costurando espuma acoplada no tecido da maneira correta, mas como o acoplamento da espuma é muito mole e o tecido muito duro o efeito ficou inverso. Uma maneira de resolver isso seria amarrar a costura dos gomos na espuma e forçar para o outro lado, no entanto resolvi exagerar nos gomos e colocar rolos de espuma dentro deles para dar uma textura mais forte.

 Do lado do acoplamento dá para ver como o efeito ficou mais forte.

 Um dos cortes da espuma para encaixar a parte branca.

 Optei por um estofado duas cores com tons um pouco diferentes da pintura para não ficar muito "flat", dando um aspecto do tipo "tom - sobretom"

 No mundo ideal e numa tapeçaria sofisticada haveriam máquinas para fazer diversos tipos de pontos e efeitos, mas fiz tudo com uma máquina reta industrial, que faz somente o que o próprio nome já diz, pontos retos. Mas por ser industrial, ela é muito robusta e dá para usar linha bem grossa e furar muitas camadas de tecido e espuma.

 A ideia é que a porção branca seja rebaixada em relação a vermelha para as pessoas se "encaixarem" dentro. Optei pela espuma mais densa que encontrei para dar mais conforto.

Fazer o ultimo fechamento é importante mas impossível com costura. O usual é empregar anéis de arame cravados no tecido, mas preferi o uso de ilhoses amarrados com uma pequena corda vermelha. Fica menos discreto que com os anéis, mas é mais fácil de abrir e vai ficar escondido de qualquer maneira.

Aqui já está quase esticado.
 
As tampas laterais se mostraram um pouco mais complicadas. Acho que por serem pequenas é mais fácil de escorregar a costura e ficar tudo torto. Acertei uma e vou ter que corrigir a outra.

 Testando o encaixe dos tampos.



 Deu um pouco de trabalho, mas acertei os buracos e os cortes do carpete.

Bancos e carpete no lugar, faltam as laterais, teto e a alavanca de marcha.